Se tem uma coisa que todo apaixonado por carros sabe, é que essa paixão não surge do nada. Ela nasce lá no fundo do coração, com o primeiro ronco de um motor que dá arrepios, com o cheiro de gasolina misturada com graxa e com as manhãs assistindo a leilões de carros na TV. E comigo não foi diferente. Vou te contar agora. Como comecei minha coleção de carros antigos.
O primeiro carro nunca é esquecido
Lembro-me como se fosse ontem. Eu ainda era criança quando vi um Maverick GT na garagem de um amigo do meu pai. Laranja, com listras pretas, um V8 que fazia o chão tremer ao pegar. Meu coração disparou. Eu sabia que um dia teria um desses. Mas, até lá, eu tinha que lutar por ele.
Anos depois, quando finalmente consegui juntar dinheiro, fui atrás do meu primeiro clássico. Sabe aquela busca sem fim? Passei horas em fóruns, grupos do Facebook e feiras de carros antigos. Até que um dia vi um Opel Commodore 1979 anunciado. Interior bege e marrom, painel impecável. Foi amor à primeira vista.
O barato sai caro (e como aprendi isso da maneira mais difícil)
Comprei-o com grande entusiasmo. O carro parecia estar em perfeitas condições; o dono jurou que era "impecável". Mas, meu amigo, qualquer pessoa que entre neste mundo precisa aprender a diferenciar um carro bem conservado de um problema nas rodas.
Não demorou muito para que eu descobrisse vazamentos, fios remendados e uma lataria disfarçada com verniz. Será que fui enganado? Talvez. Mas prefiro pensar que foi meu batismo de fogo no mundo dos carros antigos.
Passei os meses seguintes aprendendo o que "cuidar de um clássico" realmente significa. Comecei a visitar oficinas especializadas, fiz amizade com mecânicos e aprendi a encontrar peças originais. Este Opel me ensinou tudo o que eu precisava saber antes de investir em qualquer outro carro.
O momento em que minha coleção de carros antigos se tornou realidade
Depois do Opel, não havia mais volta. Peguei o jeito. Eu sabia para onde ia cada bônus que ganhava: para o próximo carro.
Foi assim que encontrei meu segundo clássico, um Dodge Dart 1973. Azul, estofamento original, painel impecável. Desta vez, pesquisei mais, levei-o a um mecânico e fiz uma revisão completa. Quando o dirigi pela primeira vez, senti a mesma emoção que senti quando vi o Maverick GT quando criança. Era oficial: eu tinha uma coleção.
O que aprendi (e o que você deve saber antes de começar)
Se você também sonha em construir uma coleção, aqui estão algumas dicas de alguém que aprendeu da maneira mais difícil:
- Nunca compre por impulso. Pode ser um carro bonito, mas se ele tiver um motor quebrado, você acabará gastando o dobro do que pagou por ele.
- Leve um especialista com você. Não confie no que o vendedor diz. Inspecione cada detalhe.
- Pesquise peças e manutenção. Há carros que parecem um bom negócio, mas encontrar peças pode ser um inferno.
- Esteja preparado para gastar tempo e dinheiro. Um carro velho exige amor e paciência. Mas quando você acelera e sente aquele ronco, vale cada centavo.
- Junte-se à comunidade. Fóruns, grupos e eventos são os melhores lugares para aprender e conhecer pessoas que podem ajudar você.
Hoje, minha coleção inclui alguns dos carros com os quais sempre sonhei. E o melhor de tudo: cada um deles tem uma história, um triunfo e uma experiência que jamais esquecerei.
Se você sente essa mesma paixão, então seja bem-vindo ao clube. Não há cura para o vício dos clássicos e, sinceramente, eu nem quero ser curado!
E você? Qual foi o carro que fez seu coração bater mais rápido pela primeira vez?

Apaixonado por carros clássicos desde que se lembra, Javier Montoro dedicou sua vida à busca, restauração e preservação de verdadeiras joias sobre rodas. Com anos de experiência na compra, restauração e manutenção de veículos antigos, ele compartilha seu conhecimento, histórias e lições aprendidas neste blog.