Descobrir Como escolher o óleo ideal para carros clássicos e proteja seu motor. Dicas importantes e recomendações práticas.
Naquele dia entendi que o óleo pode salvar ou destruir seu motor clássico.
Não vou mentir para você...
Durante anos, pensei que o problema do óleo fosse algo menor. Que, desde que eu trocasse o lubrificante na hora certa, qualquer marca servia, afinal... óleo é óleo, certo?
Bem, deixe-me dizer que eu estava completamente errado. E eu não percebi até quase destruir o motor do meu amado Mustang 1967.
Sim, eu admito. Coloquei óleo sintético moderno pensando que estava tirando o máximo proveito dele.
E o que aconteceu a seguir deixou claro para mim que quando se trata de carros clássicos, Escolher o óleo certo não é uma opção, é uma necessidade.
Hoje vou contar o que aprendi (da maneira mais difícil) sobre esse assunto, como ele afeta o desempenho e a vida útil do motor e qual óleo você deve usar dependendo do seu veículo favorito.
MANUTENÇÃO
Por que o petróleo moderno pode ser um inimigo dos carros clássicos
Quando você está nesse ramo há anos, percebe que carros clássicos têm alma... e também têm necessidades muito diferentes dos carros modernos.
Aqui está a primeira grande verdade:
Os óleos modernos são projetados para motores novos, com tolerâncias mais estreitas, peças e sistemas diferentes que não existiam nas décadas de 1960, 1970 ou 1980.
Você sabe o que aconteceu quando coloquei aquele óleo sintético no meu Mustang?
- O motor começou a fazer um leve som metálico de batida.
- Notei pequenos vazamentos onde antes não havia nada.
- A pressão do óleo estava estranha, instável.
Depois de levá-lo a um mecânico especializado, ele me deu a bomba:
"Irmão, seu motor não foi feito para óleos sintéticos. Ele pode destruir metais macios, retentores e componentes convencionais."
Foi aí que eu realmente comecei a pesquisar como o lubrificante realmente funciona em um clássico.
Como funciona o óleo em um motor clássico
O óleo não é apenas um fluido lubrificante. É um escudo. Ele protege peças, previne desgaste, mantém temperaturas estáveis e retém impurezas.
Mas os motores clássicos têm particularidades:
- Tolerâncias mais amplas: Eles precisam de óleos mais viscosos para manter a película protetora.
- Utilização de metais macios: como chumbo ou cobre, que são sensíveis a certos aditivos modernos.
- Falta de selos sintéticos: Retentores antigos não suportam os detergentes ou solventes de alguns óleos modernos, causando vazamentos.
E aqui aparece um elemento chave: zinco (ZDDP).
O aditivo que salva seu motor: ZDDP
Óleos mais antigos apresentavam altos níveis de ZDDP (dialquil ditiofosfato de zinco). Este composto é essencial para a proteção de peças de alta pressão, como eixos de comando de válvulas, balancins e eixos de comando.
O problema?
Devido às regulamentações ambientais, os óleos modernos reduziram bastante seu conteúdo de ZDDP.
Resultado?
Se você usa óleo moderno em um motor clássico, esse motor não recebe a proteção contra desgaste necessária.
Como escolher o óleo ideal para carros clássicos
✅ 1. Escolha a viscosidade correta
Motores clássicos exigem viscosidades mais altas.
- 15W-40 ou 20W-50 são os mais recomendados, dependendo do clima e do modelo.
Se você mora em um lugar muito frio, pode usar 10W-40, mas cuidado… depende do motor.
✅ 2. Priorize óleos com alto teor de ZDDP
Procure lubrificantes específicos para carros clássicos que indiquem claramente seu teor de zinco.
Marcas que uso e recomendo:
- Valvoline VR1 Racing (alto ZDDP)
- Óleo de corrida Driven Racing HR Series
- Óleo Clássico Motul
- Lucas Hot Rod & Classic
✅ 3. Evite óleos sintéticos (com algumas exceções)
A menos que seu motor tenha sido reconstruído com componentes modernos (vedações, metais e materiais atuais), o sintético pode causar:
- Vazamentos
- Perda de pressão
- Desgaste em metais macios
✅ 4. Use aditivos se não encontrar o óleo certo
Em alguns países é difícil encontrar petróleo com ZDDP.
Nesse caso, você pode adicionar aditivos de zinco, como:
- ZDDPlus
- Aditivo de Zinco Lucas
O que acontece se eu usar o óleo errado?
Não quero te assustar... mas te digo do fundo do coração: você pode destruir seu motor.
- Desgaste acelerado do came.
- Desgaste em árvores de cames planas (muito comum em V8s mais antigos).
- Vazamentos em vedações e retentores.
- Perda de compressão.
- Batidas metálicas.
E o pior… às vezes você não percebe até que o dano seja irreversível.
Que óleo devo usar nos meus carros?
Vou te contar sem filtro:
- Mustang 1967 (V8 289): Valvoline VR1 20W-50 mineral.
- Porsche 911 clássico: Motul Classic 15W-50, projetado especificamente para motores dos anos 70 e 80.
- Chevrolet Camaro 1969: Lucas Hot Rod & Classic 10W-40 em clima frio e 20W-50 no verão.
Nunca toquei em um sintético em um motor que não tenha sido atualizado.
Troca de óleo: com que frequência?
Aqui está outro mito que desmascarei.
Enquanto os carros modernos podem rodar 10.000 km ou mais, nos carros clássicos a regra é clara:
A cada 5.000 km ou uma vez por ano, o que ocorrer primeiro.
E mesmo que você não use muito o seu carro, ainda assim deve trocá-lo anualmente. O óleo se degrada com o tempo, acumula umidade e perde propriedades.
Erros que eu nunca mais cometeria (e você também não deveria)
- Comprar “o mais barato”. Erro de novato.
- Pensar: "Se é bom para um carro novo, é bom para o meu". Falso.
- Ignore a ficha técnica do óleo.
- Não pergunte a especialistas ou clubes sobre seu modelo.
- Deixe que passe mais de um ano sem mudanças.
O óleo é a alma líquida do seu motor clássico
Aprendi da maneira mais difícil que o óleo é tão importante quanto o combustível ou as velas de ignição.
Escolher o lubrificante certo pode fazer a diferença entre aproveitar seu carro clássico por décadas... ou explodir o motor e chorar muito depois.
Se você ama sua máquina tanto quanto eu amo a minha, digo isso do fundo do meu coração: não economize no óleo. Ele é a alma do motor.
E se este artigo ajudou você, compartilhe-o com seus colegas amantes de clássicos.
Conte-me nos comentários qual óleo você usa, se tiver alguma dúvida ou se tiver alguma experiência. Vamos aprender juntos, irmão.

Apaixonado por carros clássicos desde que se lembra, Javier Montoro dedicou sua vida à busca, restauração e preservação de verdadeiras joias sobre rodas. Com anos de experiência na compra, restauração e manutenção de veículos antigos, ele compartilha seu conhecimento, histórias e lições aprendidas neste blog.